Ensaísta, tradutor, filólogo, professor de latim, o húngaro Paulo Rónai (1907-1992) ficou conhecido no Brasil por suas premiadas traduções e como importante divulgador da literatura estrangeira, em especial da prosa e poesia húngara, seu idioma de origem, e também do francês. Depois de passar cerca de seis meses em um campo de trabalho em Budapeste, nos primeiros anos da Segunda Guerra Mundial , exilou-se no Brasil a partir de 1941, naturalizou-se brasileiro alguns anos depois e viveu no país toda a vida a partir de então. Tornou-se um grande especialista também da literatura nacional – sendo, por exemplo, o mais importante crítico e grande interlocutor de Guimarães Rosa – e mergulhando a fundo nos estudos da língua portuguesa.
A combinação de sua atividade de filólogo e exímio professor de latim, francês e italiano, somado ao insaciável apetite intelectual, além de produzir ensaios de alto teor literário sobre autores clássicos e contemporâneos, resulta no tino para trabalhos de grande fôlego e erudição, como são prova os dicionários, alguns feitos com a colaboração do amigo Aurélio Buarque de Holanda, e coleções, como Mar de História, reunindo contos universais em 10 volumes, realizada também com Aurélio, além da tradução da obra “A comédia humana”, de Balzac, trabalho que coordenou. Por seu extenso trabalho no campo das letras e incansável atuação como professor, escritor e crítico, Paulo Rónai se tornou um dos mais produtivos e admirados intelectuais do cenário cultural brasileiro do século XX.
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Ensaio